CÉSAR WILLIAM(Poeta, professor de Língua Portuguesa e pesquisador -Concludente do curso de Letras do Cesti-Uema)
Caríssimo leitor, desde que iniciamos nosso trabalho neste recanto cultural, temos tido muitos contentamentos, mas também alguns dissabores por parte daqueles que sofrem de miopia ou são estrábicos. A última decepção ocorrera recentemente, ao falar com um senhor (manterei seu nome em sigilo) por telefone. Este se demonstrou insatisfeito com esta página, porque, segundo ele, o nome do presidente da Academia de Letras, Artes e Ecologia do Leste Maranhense, Nicolau Waquim Neto, não está sendo referenciado a contento neste espaço. Ledo engano, caro senhor. Tudo o que temos feito é divulgado ao máximo, os autores pertencentes à ALAELMA (inclusive foi idéia nossa abreviar o nome da referida academia, como é comum em outras do gênero). Esta página foi idealizada por este editor cujo espaço fora franqueado pelo escritor Nicolau Waquim Neto, após indicação do nosso nome ao jornalista Evaristo Dias (diretor de redação do Tribuna do Maranhão), ocasião em que selamos contrato, há quase dois anos. Apenas a seção Sabedoria Timonense é que é de idealização do presidente da ALAELMA e fora ele quem escolhera o local do seu espaço na referida página. As frases que são publicadas naquele espaço são escolhidas ou pelo próprio autor ou às vezes, quando ele não dispõe de tempo, ajudamos a escolhê-las. Em muitos momentos esse material não nos é fornecido em tempo hábil e, não raro, as frases vêm sob ordem alfabética: dezenas iniciadas por uma determinada letra. Para não cansarmos o leitor, sugerimos então que outras sejam apresentadas, resultando nisso o fato de às vezes haver mais ou menos aforismos. Longe, portanto, a idéia de discriminar quem tanto nos apóia, voz quase solitária em seu próprio meio. Quanto à miopia e ao estrabismo que relatamos no início deste texto, caríssimo leitor, não nos referimos ao senhor do tal telefonema, mas a uns dois “intelectuais” que o instigaram a pensar torto feito eles. É que por não terem (muito) o que fazer, alguns membros da ALAELMA resolveram cercar o seu presidente em seu gabinete (ambiente de trabalho) com alegações infundadas de que a página criada por este colaborador não divulga a academia e seus membros. Então vamos aos fatos: Quando iniciamos este projeto, em dezembro de 2006, na primeira edição do Caleidoscópio Cultural, reservamos a página inteira para divulgação dos projetos e de alguns poemas do presidente da ALAELMA, Nicolau Waquim Neto. Desde então, solicitamos a participação do leitor, sobretudo dos acadêmicos, embora nunca tenhamos recebido uma sequer linha de nenhum destes. Tudo o que publicamos até agora é porque fomos até alguns deles, e não nos arrependemos, porque entendemos que os bons não podem pagar pelos maus. Na segunda edição do referido suplemento cultural (edição de 5 de fevereiro de 2007), foi a vez do também acadêmico Barripi. Na edição de 01/03/07 caleidoscopiamos a professora Mundoca, também membro da ALAELMA. Em 16/03 daquele ano, trouxemos à tona o poeta Dudu Galisa, outro membro. Em 20 de junho de 2007, com o título “Aguerrido Cavaleiro Andante”, lá estava mais uma vez a divulgação do trabalho do senhor Barripi, “Universo do Saber”. E não pára por aí, não! Na edição de (25/01/2008) novamente o presidente da ALAELMA esteve presente, divulgando os projetos da referida casa. No número seguinte (11ª edição, em 25/02/2008), foram 36 frases expostas, ocasião em que divulgávamos seu livro, “Baú de Pérolas”, com chamada na capa deste jornal. Além disso, prestamos-lhe uma homenagem com a crônica “Santo de Casa”, na mesma edição. Novamente, em 11 de maio de 2008, a página inteira fora destinada ao mesmo autor, momento em que se comentavam as prévias de lançamento do seu livro, “Baú de Pérolas” que está no prelo. Também houve chamada na capa deste jornal. Além do mais, temos divulgado mais a academia que muitos dos seus membros, convidando alguns para participação em palestras, fóruns, exposição de poemas etc. Abrimos a seção Recanto da Poesia, solicitando envio de textos para a mesma, entretanto nunca chegara a nós nenhum verso de autor timonense. Veio de São Luís, de Caxias e de Teresina. Não temos culpa, o espaço é para todos. Porém, fomos à procura do Osiel Silva, da ALAELMA e publicamos um texto seu, sem título (edição de número 20 do Tribuna). Fomos à casa do Barripi e publicamos três sonetos seus, na edição de número 23 deste periódico. Então, onde ficam brechas para tanta cegueira, caduquismo e tamanha leviandade e indiferença ao nosso trabalho, a ponto de se dizer que a seção Sabedoria Timonense é resto de página? Entendemos que quando menos frases publicadas a cada edição, melhor é para o leitor e para o autor. Quanto à quantidade de frases na referida seção, aconselhamos a que leiam os jornais Folha de São Paulo, O Globo, Correio Brasiliense ou qualquer outro do Brasil e do mundo. Descubram como são apresentados os aforismos e os pensamentos e depois conversem com este editor. Não é a quantidade de palavras nem o local do espaço em que escrevemos que garantirá o valor literário de determinada obra. Além do mais, escritor que se preza tem que ter confiança no que faz ou ser consciente daquilo que nunca será capaz de fazer. O próprio poeta Nicolau nunca se preocupou com esses detalhes, pois ele não é apenas um frasista, mas um fraseologista e tem confiança quanto ao que escreve. Também informamos ao leitor que nossa página é cultural, sendo assim, não tem a obrigatoriedade de retratar apenas a literatura local, por isso o nome CALEIDOSCÓPIO, uma vez que cultura é de uma abrangência pluralista. Eis a razão pela qual temos divulgado o projeto Girassol, com seus bailarinos, músicos, artistas plásticos etc. Também a nossa capoeira, nossos bumba-bois. Temos comentado autores de São Luís, de Caxias, já que o Tribuna não é apenas timonense, mas do Maranhão. E para fim de conversa, ressaltamos que temos abordado autores piauienses de nossa vizinha Teresina, como H. Dobal e o dicionarista Adrião Neto, o maior divulgador dos autores timonenses. Que mal há nisso? Bom mesmo é investir em boas leituras para que haja discussões com ricos argumentos, centradas no campo literário, e não amarradas em cauda de picuinhas. Que nos espelhemos no que dissera Clarice Lispector: “A palavra é meu domínio sobre o mundo” e passemos a ajudar a ALAELMA e seu sobrecarregadíssimo presidente. No mais, façamos jus ao título que ostentamos.
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*Publicado no jornal Tribuna do Maranhão 28/10/2008.